Outra transformação de destaque: uma Gitane Gitasprint, vermelhinha como as bicicletas de catálogo de mil novecentos e troca o passo. Esta menina chegou às nossas mãos através de um colega do Porto, que se queria livrar dela, visto não ter tempo para lhe dar o tratamento de beleza que ela merecia.
Mal chegou às mãos do Bruno, o objetivo foi coloca-la funcional. Resultado: insatisfação com o que vimos. Era uma bicicleta que merecia mais. A nossa oficina teve de se tornar “salão de estética” para conseguir os resultados que pretendíamos.
Objetivo base: aproveitar o máximo de peças possíveis, para manter a originalidade da bicla.
Os autocolantes estavam uma lástima e, na nossa opinião, dão muito à bicicleta, quando estão com boa qualidade. Replicar era palavra de ordem e orgulhamo-nos do resultado final.
A pintura, fruto da idade e dos possíveis mais tratos, tinha perdido todo o brilho e mostrava marcas de guerra por todo o lado. Tentamos encontrar uma cor parecida com a de origem, e tratamos de decapar e voltar a pintar esta menina. Suor e trabalheira no processo, satisfação e orgulho depois de estar concluído.
Como foi explicado no início deste pequeno artigo, não quisemos mudar muito a estética e mecânica desta Gitane. Nas três fotos acima percebem o porquê. A bicicleta brilhava com o seu aspeto clássico e colocar componentes atuais não era o caminho que queríamos seguir (até podia ficar um trabalho engraçado, mas fica para outra oportunidade).
Então, o que é que levou de novo? Os pneus. A estética é a mesmo dos de origem, mas estavam num estado seco e muito gastos. Até gostamos de os ver assim, porque mostravam que esta bicicleta tinha muitas aventuras para contar. Mas já estavam em idade de reforma. Não dava para recuperar, muito menos tínhamos coragem de vender assim. Colocamos uns pneus também clássicos, que usamos por aqui: Victor Bulldozer 700x35c. O preto ficou a combinar com os punhos e selim, sendo que a tira castanha encaixa em qualquer bicicleta clássica.
Após concluir este trabalho, levamos a bicicleta para o nosso novo spot fotográfico secreto e… já está. Facilmente arranjamos um ciclista a condizer com esta bicla.
O que mais podemos dizer sobre ela? Os guarda-lamas e porta-bagagens também tiveram de ir à nossa oficina/salão de estética e ficaram a brilhar como as fotos revelam. Não falamos dos pedais, mas também são os de origem.
Veredito final: uma relíquia francesa que voltou a ter o brilho que merecia. Esperamos que o atual dono dela a exponha num local em que todos a possam admirar, nos momentos em que não cria novas experiências a pedal.